A violência sem controle
Invade a vida.
Inválidos arames e cercas
Campos de concentração
Em que, contrariado,
Me contraio a contragosto.
Não fossem os mezaninos
Da alma e bastaria
Para obartá-la de minha sala
E senzala
Um clique do controle remoto,
Confinano-a nua e crua
Na rua.
Longe do cotidiano
Sem cismas ou saudades
Que autorizem a retornar.
Mas nossos defeitos, de má formação genética
Com que saímos de fábrica
Sem Control Alt Dell,
Sequer um remoto recall
Para obstarmo-la...
Absortos, abstraímos
Em abstratas fronteiras.
Em frestas de voyeurs
É que vimos a vida segura.
Imagem: quebarato.com.br